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NVIDIA não dará suporte ao Wayland, que Ubuntu deve adotar



A NVIDIA declarou que não tem planos de dar suporte ao Wayland, servidor gráfico que o Ubuntu planeja adotar no futuro. A declaração publicada no fórum oficial da empresa por um dos porta-vozes da fabricante de processadores gráficos torna mais difícil a substituição do X11, pois este tipo de programa interage fortemente com os drivers da placa de vídeo.

O post de AaronP é direto e reto: We have no plans to support Wayland (Não temos planos de dar suporte ao Wayland) não deixa muito espaço para dúvidas. Sem o apoio da NVIDIA , é improvável que o Wayland consiga exibir gráficos sofisticados na tela como efeitos 3D e transparências em computadores com o processador gráfico da empresa. O esperançoso site OMG ! Ubuntu aponta como alternativa o uso do driver livre Nouveau, mas ele é baseado em engenharia reversa e não tem toda a capacidade dos drivers oficiais.

A mudança do Ubuntu do X11 para o Wayland ainda não é uma decisão definitiva, e o próprio Mark Shuttleworth pondera no anúncio da mudança que há muitas dificuldades a serem superadas antes da proposta se tornar viável. Esta é, então, só mais uma na lista.

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O que é X11?

Todo Unix, desde que começou a ter capacidade de mostrar gráficos na tela em algum momento dos anos 80, usa um tipo de programa conhecido como Servidor X (ou X Server ) para fazer a interface entre os programas e a tela do computador. É o Servidor X (ou simplesmente X) quem “desenha” na tela e é o responsável por apresentar no monitor as janelas, ponteiro do mouse e informações. O protocolo X Windows System (a forma e as regras sobre como o sistema funciona) foi criado pelo MIT em 1984 e adaptado pelos fabricantes de Unix na época, como a IBM e seu AIX e a Sun com seu Solaris. A implementação do X (ou seja, transformar as “normas” boladas pelo MIT em um software) esá hoje a cargo de uma “ong” chamada X.org (o nome do programa e da “ong” é o mesmo do site: x.org ).

Os outros sistemas operacionais (seja o Windows, o Mac OS X ou qualquer outro menos popular) também têm seus subsistemas que desempenham a mesma função, embora nem sempre empregando o mesmo princípio de operação. O Windows, por exemplo, não usa o modelo cliente/servidor, como o X, mas sim uma abordagem mais direta de renderização na tela. Por isso, na maioria das vezes, tem melhor desempenho de vídeo sobre o mesmo hardware.

O GNU /Linux (ou simplesmente Linux) é um clone do Unix original e, embora não tenha nenhum código da AT&T (mesmo que a SCO diga que sim – tinyurl.com/2bkzcpt ), funciona exatamente da mesma maneira – e portanto precisa de um servidor X.

Em seus primeiros anos, o Linux não pôde usar o X Window System original do MIT /X.org porque (simplificando bastante a explicação) não estava disponível para o hardware dos PCs, apenas para as caríssimas máquinas Unix com processadores RISC . Por isso, foi necessário desenvolver alternativas livres para o servidor X. Por muitos anos, todas as distribuições usaram um servidor de código aberto chamado Xfree86 ( xfree86.org ).

Com o advento de uma versão do X.org para processadores de PC (os chamados x86), o Xfree86 aos poucos foi substituído, na maioria das distribuições e em todas as mais importantes, como Ubuntu, Fedora, Debian, Slackware e SuSE

Para piorar as coisas, não exite “um Linux”. Na verdade, o Linux é só um nucleo, um pedacinho do sistema operacional. Você precisa juntá-lo com outros componentes para transformá-lo num sistema completo. Como muitas pessoas e organizações diferentes acabam montando sua prória versão do Linux, surgem vários Linuxes por aí, que chamamos de distribuições (entenda mais sobre elas aqui: tinyurl.com/distlinux ).

É por essa liberdade proporcionada pelo mondo libre que a Canonical quer substituir (novamente) o servidor X, desta vez trocando o X.org pelo Wayland ( wayland.freedesktop.org ).

Fonte: Yahoo Notícias